sexta-feira, 7 de maio de 2010

A proposta cirúrgica

Hoje, no final da tarde, Dr. Antonio veio ao nosso quarto para conversarmos a respeito da cirurgia e das técnicas que serão utilizadas.

Em relação à sutura metópica (fica no meio da testa) o osso da testa será retirado, sendo serrado logo acima das órbitas oculares, e moldado mais aberto - menos côncavo, talvez seja necessário cortá-lo ao meio e invertê-lo (parte de baixo para cima) depois de moldado; os ossos parietais (laterais, acima das orelhas) que são ligados normalmente pela sutura sagital (no meio superior da cabeça) serão retirados também, moldados, serrados e recolocados de forma a ficar entre eles uma moleira artificial de uns dois dedos por uns quinze centímetros; o osso posterior (atrás) da cabecinha, que faz um "coquinho" bem pronunciado, não será retirado neste primeiro momento.

Hoje pela manhã foi realizada a entrevista pré-anestésica com um anestesiologista pediatra. Foi, até agora, o momento mais esclarecedor e mais tranquilizante com um médico. Foram esclarecidas todas as minhas dúvidas.

Dr. Almeida, o anestesista, ou anestesiologista, entregou-me um texto bastante informativo sobre anestesias e suas técnicas, precauções e efeitos colaterais possíveis, além disso, esclareceu-me de como transcorreria a cirurgia: primeiro, Tuco será anestesiado levemente com um gás inalado concomitantemente ao oxigênio para, depois, entubá-lo e colocarem todos os monitores conectados, além de fixarem o acesso profundo (um tubinho fino, de uns 15cm, que é introduzido em um veia com acesso rádipo ao coração - virilha ou pescoço, por ex.) e o periférico (cateter na mão, geralmente, ou qualquer outro ponto de veias superficiais); depois dessa etapa será trocado o gás anestésico por outro tipo, mais forte, para que ele apague realmente (o primeiro gás apenas o faria "dormir", mas se sacudido ou cortado, ele acordaria, o segundo gás o induz como que a um sono mais que profundo, "desligando" seus sentidos); dois anestesiologistas estarão ao seu lado, um para administrar as substâncias necessárias, inclusive transfusão de sangue, e outro para monitorar os diversos equipamentos conectados a Arthur e auxiliar o primeiro; somente depois de Arthur ter entrado no estado de anestesia profunda e estar com todos seus sinais vitais OK por determinado tempo é que o anestesista o libera para os neurocirurgiões; depois dos neurocirurgiões executarem seu trabalho, nosso pequeno retornará às mãos dos anestesistas, que terão permanecido ao seu lado durante toda a cirurgia, para que retirem a anestesia e suas respostas possam ser avaliadas de acordo com os estímulos; normalmente o paciente iria para uma sala pós-anestésica até estar mais consciente, mas como Tuco é bebê e sua cirurgia causa dor profunda, irá direto para a UTI e, fiquei muito feliz ao saber, na saída da sala de cirugia é para eu estar lá, na sala de cuidados pós-operatórios, esperando-o para acompanhá-lo. Ele estará desacordado para não sentir as dores, sob analgesia. Na UTI Infantil, o pai e eu cuidaremos dele, ficando a cargo dos enfermeiros apenas as administrações de medicação intravenosa. Fico mais confiante ao saber que ele estará sob nossos olhos 24h/dia e com um aperto no coração, porque tive a noção exata dos riscos e do sofrimento que Arthur passará.

Hoje ele completa 10 meses de idade.

Hoje, tb, assinei todos os papéis liberando os procedimentos cirúrgicos, incluindo o "consentimento instruído" para anestesia.

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